Apostila M todos de Estudo Pedagogia 1 Bimestre
Leia trecho do artigo de Renata Rodrigues de Araújo – Mestre em Educação Unesp.
A evolução dos paradigmas epistemológicos
Sabemos que a sociedade de hoje é fruto de históricas transformações vividas pelos paradigmas da ciência Assim como a história da humanidade, a ciência também é um processo dinâmico e inacabado, que promove constantes mudanças de valores, crenças, conceitos e ideias.
Neste sentido, é notória a dificuldade de se acompanhar tal processo. O que seria da sociedade hoje se a ciência não tivesse passado por tantas transformações? Se a forma como concebemos a verdade ainda estivesse calcada nas origens sobrenaturais, religiosas, ou até mesmo na descrição matemática dos fenômenos?
Como perceberíamos nossa constituição no contato com o outro? Como explicaríamos nossas incertezas, inseguranças e angústias frente às imprevisibilidades da vida contemporânea?
A palavra paradigma, segundo Vasconcelos (2002), tem sua origem do grego parádeigma, que significa modelo ou padrão. Assim sendo, o homem lê o mundo conforme seus paradigmas e consegue, com essa “lente”, distinguir o certo e o errado, ou ainda, saber o que é cientificamente aceito ou não pela comunidade. Os paradigmas sempre orientaram nossas escolhas, nossos olhares.
A ciência é uma das formas, não a única, do conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história, sendo, portanto, determinada pelas condições materiais do homem. Nas sociedades mais remotas, a ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem compreender e explicar racionalmente a natureza. Esta forma de compreender e explicar é que muda de tempos em tempos. O primeiro paradigma da ciência é marcado por um período caracterizado pelos mitos, cujas explicações dos fenômenos naturais eram atribuídos ao divino, aos deuses, e a verdade era uma revelação divina incontestável. Segundo Cardoso (1995), nesse momento, o homem acreditou ser “capaz de explicar e organizar a natureza, a vida social e o mundo psíquico,