Apontamentos sobre a historia de dois jornais curitibanos 1
Elza Aparecida de Oliveira Filha*
1.1.1.1.1
1.1.1.1.2 Introdução
O presente texto pretende identificar, em dois diferentes momentos da história de Curitiba, algumas das condições sociais, políticas, econômicas e culturais que contribuíram para o surgimento de dois dos mais importantes jornais paranaenses da atualidade: a “Gazeta do Povo”, que começou a circular em 2 de fevereiro de 1919 e “O Estado do Paraná”, editado a partir de 17 de julho de 1951.
No início da década de 60, por motivos diversos, os dois jornais enfrentavam profundas crises, tendo sido vendidos a seus atuais proprietários. Nos últimos 40 anos os veículos passaram por transformações e integram hoje os mais fortes conglomerados de comunicação do Paraná, responsáveis, em grande medida, pelas informações consumidas pela maioria da população paranaense e, conseqüentemente, pela formação da opinião pública.
O trabalho foi desenvolvido com base em entrevistas e em pesquisa bibliográfica, com consultas a duas fontes básicas: as coleções dos jornais pesquisados e autores que trabalham com a história do Paraná e de Curitiba. Os jornais não possuem arquivos plenamente organizados e suas próprias coleções apresentam falhas. A “Gazeta do Povo” tem todas as edições devidamente encadernadas apenas a partir da década de 40, e mesmo assim existem lacunas na coleção. Os volumes estão precariamente guardados em um prédio sem iluminação ou ventilação adequadas e as consultas não são, normalmente, permitidas1
Em “O Estado do Paraná” a situação é ainda mais precária: a coleção encadernada do jornal data apenas do final dos anos 60 e se encontra armazenada em um local no subsolo do prédio onde funciona a editora, sem qualquer ordem, mesmo cronológica, e sem condições de climatização favoráveis.
A coleta de dados para o presente trabalho incluiu ainda entrevistas com os atuais diretores de redação dos dois veículos e