Apiterapia
A própolis é uma mistura complexa, formada por material resinoso e balsâmico coletada pelas abelhas dos ramos, flores, pólen, brotos e exsudados de árvores; além desses, na colméia as abelhas adicionam secreções salivares2-5. Vários trabalhos têm sido publicados divulgando e revisando as propriedades biológicas da própolis como, por exemplo, as antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoária, antioxidante e antiviral4-6. Na África do Sul, na guerra ao final do século XIX, foi amplamente utilizada devido às suas propriedades cicatrizantes5 e na segunda guerra mundial foi empregada em várias clínicas soviéticas7. Na antiga URSS, a própolis mereceu especial atenção em medicina humana e veterinária, com aplicações inclusive no tratamento da tuberculose, observando-se a regressão dos problemas pulmonares e recuperação do apetite8.
Os gregos, entre os quais Hipócrates, a adotaram como cicratizante interno e externo. Plínio, historiador romano, refere-se à própolis como medicamento capaz de reduzir inchaços e aliviar dores7. O termo própolis já era descrito no século XVI na França5 e, em 1908 surgiu o primeiro trabalho científico9 sobre suas propriedades químicas e "composição", indexado no Chemical Abstracts (referência n° 192). Em 1968 surgiu no Chemical Abstracts o resumo da primeira patente utilizando a própolis10 (Romena, para a produção de loções para banho).
O interesse global de pesquisas em própolis tem duas justificativas: a primeira devido a suas características de panacéia (Tabela 1). De certa maneira essas características também atrapalham sua aceitação, já que os médicos e outros profissionais tendem a desconfiar de sua eficácia devido a lhe serem atribuídas dezenas de atividades biológicas simultaneamente. O segundo é devido a seu alto valor agregado, pelo qual um frasco do extrato alcoólico é vendido no Brasil por cerca de 5 a 10 reais, mas chegando a custar 150 Dólares em Tóquio34. Este alto valor agregado em Tóquio pode