Análise Índios - Renato Russo
Renato Russo começa a música falando da abordagem que os portugueses tiveram ao chegar aqui, usando a “amizade” como uma forma de dominar aqueles índios. As primeiras estrofes da música falam da busca obsessiva dos conquistadores pelas nossas riquezas. Para conseguir o ouro que queriam, trocavam objetos insignificantes com os índios como, por exemplo, o espelho. É importante evidenciar o poder de persuasão desses europeus e Renato Russo deixa claro com os versos “A quem conseguiu me convencer Que era prova de amizade Se alguém levasse embora até o que eu não tinha”. Há o contraste de sociedades totalmente divergentes que se encontram no momento do descobrimento: a sociedade baseada no trabalho (europeus) e a sociedade comunitária e livre dos índios nativos. “Quem me dera, ao menos uma vez Provar que quem tem mais do que precisa ter Quase sempre se convence que não tem o bastante”, de certa forma os exploradores dessa nova terra que era o Brasil trouxeram para cá a cultura do “quero mais” e a obsessão de ter mais bens materiais por meio do trabalho. Juntamente com essa imposição de modernização do país colônia/desbravado, os europeus trouxeram as armas de fogo, a violência, uma nova religião e doenças as quais os nativos não tinham resistência. “Que o mais simples fosse visto como o mais importante Mas nos deram espelhos E vimos um mundo doente”, desde a catequização à alfabetização e imposição de uma cultura “civilizada” os conquistadores acabam com a inocência e convivência pacífica entre eles. A partir do momento em que tiveram que cobrir seus corpos, a noção de pecado e de vulgaridade é imposta aos indígenas, além transformação de uma religião politeísta em monoteísta por intermédio do cristianismo. O uso da força por parte dos conquistadores não foi só no sentido físico, mas também pela criação de um país-colônia que se adequaria à cultura europeia e ainda lhes forneceriam bens materiais. Com isso, a cultura