Análise sobre o conto A Delação, de Joca Reiners Terron

2283 palavras 10 páginas
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
FLT0124 - Introdução aos Estudos Literários II

Profa. Andrea Saad Hossne

2° Semestre de 2011

Sobre o conto
A Delação de Joca Reiners Terron

A ANÁLISE PROPRIAMENTE DITA

“ […] a escolha do narrador é um dos fatos decisivos da ficção e da sua interpretação [...]” ¹ . Esse ponto (o foco narrativo e todas suas questões periféricas), como já dito anteriormente em projeto, é decisivo para esta análise sobre o conto A Delação, de Joca Reiners Terron. Mas antes de partir ao esmiuçamento desse conjunto e de outros elementos interpretativos encontrados no texto, é necessário esclarecer em qual viés teórico o analista apoiou-se para assumir o pressuposto de que a estória analisada é, de fato, um conto. Sob a vista de Edgar Allan Poe uma obra literária considerável deve necessária e inicialmente ser curta. Segundo o escritor, a brevidade visa atingir um efeito intenso, uma “elevada excitação”, a qual por natureza é momentânea, rápida, transitória. “Mas toda a excitação é, por necessidade física, transitória. Não pode ser mantida durante um poema muito extenso. Após uma hora de leitura, quando muito, ela esmorece, debilita-se [...]” ². Sob esse chapéu da brevidade estariam a poesia e o conto, os quais possuem a liberdade de serem breves quanto necessário, o que um romance, por exemplo, naturalmente não possuí. E Poe esclarece (ainda no mesmo texto): “Se me pedissem , entretanto, para mencionar o tipo de literatura que [...] melhor preenchesse os requisitos, atendesse às necessidades e servisse aos objetivos de um gênio ambicioso, oferecendo a oportunidade para o emprego do melhor exórdio e da melhor ocasião para aparecer, mencionaria imediatamente que é um breve conto”. Quanto a brevidade como característica da forma, defendida por Poe, A Delação é correspondente. É

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