Análise situacional Externa da Natura
A fundação da Natura se deu pela a união de Luiz Seabra, economista que entendia a "pele como organismo vivo" se especializou em cosmética terapêutica, fisiologia e bioquímica, com o filho do dono do laboratório em que trabalhava, Berjeaut, em 1969. O investimento inicial foi de USD 9.000,00 com a idéia de incorporar princípios de tratamento terapêuticos na produção de cosméticos de produtos que fossem feitos sob medida para o clima úmido do Brasil e os tipos de pele locais. Inicialmente, os sócios estabeleceram a sua primeira loja em uma garagem, mas o negócio só decolou quando o método de vendas diretas foi implementado. Outros canais, como farmácias e franquias, foram considerados, mas Seabra achava que seria difícil transmitir conceitos terapêuticos aos balconistas de lojas e investidores, até porque os sócios não tinham condições financeiras na época para investir em marketing. Por isso, eles seguiram com a idéia de pagar um percentual de remuneração um pouco mais alto, garantindo o empenho e dedicação de suas vendedoras. Afinal, com a recessão econômica da época, muitas mulheres precisavam buscar fontes de renda alternativa.
O crescimento da estrutura corporativa da Natura - através da fundação de outras 4 empresas como seus novos pontos de distribuição coordenados por gestores profissionalizados, entre eles Guilherme Leal e Pedro Passos, que viriam a ser os outros 2 diretores da Natura junto com Seabra - propiciou um crescimento sem precedentes para a empresa nos anos 80, pois a política fechada do Brasil inviabilizava a concorrência estrangeira, que ainda era auxiliada pela alta inflação – esta geralmente resulta no aumento de vários custos na transação de negócios – e instabilidade da moeda. O futuro parecia promissor para o setor com a especulação do surgimento de uma classe média global de 2-2.5 bilhões nos 10-15 anos que se seguiriam com disposição para consumir rapidamente artigos de luxo como jamais se havia