Análise estilística do conto corações solitários, de rubem fonseca, à luz da teoria do romance, de mikhail bakhtin
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE LETRAS
Análise estilística do conto Corações solitários, de Rubem Fonseca, à luz da Teoria do Romance, de Mikhail Bakhtin
Trabalho realizado por Dolores Orange, Emanuele Pacheco e Jailton Nóbrega, na disciplina de Língua Portuguesa 8, ministrada pela professora Dóris Cunha.
Recife, 20 de junho de 2011
INTRODUÇÃO
Com a ideia de discurso, enunciação, heterogeneidade e dialogismo, Bakhtin (1998) rompe não apenas com a perspectiva estrutural da língua cotidiana, como também questiona a estilísitica que se centra em determinados aspectos estruturais do texto literário e ignora seu caráter plurilinguista, social e ideológico. Para o estudioso (1998, p. 99), todo o discurso, inclusive o romanesco, vive fora de si mesmo, na sua orientação viva sobre o objeto:
Se nos desviarmos completamente desta orientação, então, sobrará em nossos braços seu cadáver nu a partir do qual nada saberemos, nem de sua posição social, nem de seus destino. Estudar o discurso em si mesmo, ignorar a sua orientação extrena, é algo tão absurdo como estudar o sofrimento psíquico fora da realidade a qual está dirigido e pela qual ele é determinado.
Para Bakhtin (1998, p. 161), o gênero romanesco tem um papel especial na análise do outrem no discurso, pois, no romance, crescem as possibilidades de plurilinguismo, afinal o autor, por meio do estilo, tem uma vasta possibilidade de abordagem do discurso do outro. Para o estudioso, “o diálogo do romance é um diálogo de espécie particular”. Particular porque não se limita a diálogos entre os personagens ou citações indiretas. Há vários outros recursos de representação da linguagem de outrem, o que se configura como plurilinguismo: múltiplas formas de linguagem e de perspectivas ideológico-verbais dentro da estrutura narrativa.
Assim, numa análise estilística