Análise dos romances “Tom Jones” de Henry Fielding e “Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel Antônio de Almeida
A primeira etapa é nos determos em uma breve reflexão sobre a obra de Fielding que, de acordo com dados, pode ter circulado por aqui antes de maio de 1817, embora esse seja o primeiro registro oficialmente computado de sua aparição em território nacional. Segundo Azeka, o enredo se desenrola a partir da hipótese de que “(...) Fielding desenvolve a noção de indivíduo em seu romance maior a partir de um movimento a que houvemos por bem denominar ‘dialética da essência e da aparência’”. Isso significa que há uma dualidade entre o individual, único e específico com o social, coletivo, norma, externo, convenção social, aparências e máscaras. Tal embate acontecia na Inglaterra do século XVIII, na qual começava a constituir-se o indivíduo burguês e a subjetividade passava a ser algo único. A personagem Tom Jones, o anti-herói, está sempre oscilando entre ser e parecer fidalgo, sendo as roupas e as aparências elementos de ilusão constantes. Michael McKeon esquematiza o que sucede em Tom Jones. Para ele noção de honra pende para dois aspectos: o do berço, que remeteria a linhagem e, consequentemente, a riqueza e ao poder político de um indivíduo, desencadeando na noção de aparência, que corresponderia ao mundo da corte, fundamentado pela ideologia aristocrática e pela moral; por