Análise do livro ''O Pequeno Principe''
O cuidado com a rosa, em regá-la, protegê-la, faz alusão a forma como o cuidado deve estar inserido na prática psicológica. Neste envolvimento deve haver a sensibilidade para a afetação, para a escuta clínica (ouvir com compreensão), o cuidado e o vínculo. O cuidado é uma prática que vai além da técnica, apesar da técnica ser importante, ela não é mais que a relação, através do encontro, onde se pode acolher esse outro (o cliente). O vínculo é importante para se estabelecer a confiança do cliente no psicólogo.
Na relação entre o pequeno príncipe e o rei e o príncipe e o vaidoso, pode-se perceber que eles priorizavam as grandes coisas, á estética, o sentido da existência não se dava na relação com o outro, o súdito e o admirador eram significantes apenas no momento em que valorizava a eles próprios, aquilo que se quantificava (relação superficial, de aparências). Algo que dentro da psicologia fenomenológica não é o principal, os números, eram reverenciados pelo contador. Ele dava demasiada importância ao ter, ao possuir as estrelas, simplesmente pelo fato de saber que tudo aquilo era dele, e não lhe era significante a beleza das estrelas, o ser não era valorizado. Os detalhes, para o pequeno príncipe, eram a coisa mais importante, ele chorava ao ver que para alguém, a possibilidade de um dia perder a sua tão querida flor seria algo sem importância.
O encontro com a raposa faz-se muito importante para a revelação do ser-aí, no momento em que a raposa diz ser responsabilidade do príncipe cativá-la. E essa é a mensagem que fica em relação à amizade, por exemplo, o cativar está relacionado com o cuidado, com o vínculo e com a afetação. Muitas vezes a linguagem pode não dar conta da capacidade de entendimento