Análise do livro: Nicolas Carr: O quê a Internet está fazendo com nossos cérebros?
Em seu livro Nicholas Carr vem discutindo a forma como a Internet e sua ubiquidade vêm transformando não só a maneira como vemos o mundo, mas também nossos relacionamentos e, em última instância, nossos cérebros. Carr contextualiza o assunto através das várias revoluções ocorridas desde que começamos a viver em comunidade – como os mapas e o relógio – concentrando-se, ainda, nas mudanças relacionadas com o armazenamento e a transmissão do conhecimento. Mas de acordo com Nicholas Carr, no entanto, o livro está prestes a sucumbir à Internet. Ainda que esta afirmação pareça lugar-comum a cada lançamento de e-reader, os motivos são diferentes e preocupantes. Para ele, a dinâmica da Rede vem alterando os mais básicos processos cognitivos envolvidos na leitura, inclusive em nível biomolecular.
1. Aceitabilidade da produção linguística
Mestre em língua e literatura americana, Carr mostra através de seu livro “O que a internet está fazendo com nossos cérebros” uma produção linguística aceitável e persuasiva. Através de sua leitura critica de fácil entendimento aborda em seu livro um dos assuntos que se tornaram mais polêmicos com o lançamento de sua obra. O jornalista Nicholas Carr traz de forma bem embasada a seguinte constatação: estamos ficando mais burros, e a culpa é da internet. Temos acesso quase ilimitado a informações na grande rede, mas perdemos a capacidade de focar em apenas um assunto. A mente do internauta está caótica, poluída, impaciente e sem rumo, e Carr faz um manifesto destacando a importância da calma e do foco, faculdades esquecidas neste mundo turbulento. Os seis primeiros capítulos formam um excelente ensaio a respeito da história da leitura no mundo ocidental. Embasado em boas leituras clássicas e científicas, o texto permite ao leitor viajar pela história da escrita. Discute com propriedade os assuntos relacionados à memória e ao cérebro.