Análise do cómico em skecth dos irmãos marx

No começo, a personagem procura algo ou alguém após ter ouvido um barulho e surpreende-se quando se depara com uma imagem igual a si.
Esta imagem começa por ser cómica pela perceção, que nos dá, de comparação entre a personagem e uma criança quando se depara perante um espelho pelas primeiras vezes. O espelho está ligado simbolicamente à formação de identidade de um indivíduo. Ou seja, a forma como este se explora a si mesmo através do seu reflexo, com fim de se conhecer melhor. E essa procura é visível na personagem durante o confronto com a sua imagem especular, que acaba por lhe criar uma certa confusão, pois não entende na totalidade o que está a mirar. Este tipo de comportamento é visível nas crianças quando se estão a conhecer fisicamente. Ficam confusas e têm tendência para fazer movimentos ridículos e malucos para testar o que estão a enfrentar. Esta comparação do comportamento da personagem com o das crianças cria uma situação cómica que nos leva ao riso.
A personagem adota comportamentos ridículos, excêntricos, improvisados e malucos para testar se o que estaria a ver seria mesmo o seu “outro eu”. Este tipo de comportamentos, por norma, apenas temos quando estamos sozinhos, quando nos sentimos à vontade com nós mesmos para fazer as coisas mais trapalhonas, sem que sejamos julgados ou excluídos por isso. Ou seja, a personagem opta por dançar, saltar, gatinhar, abanar o rabo e fazer as demais macaquices para um espelho, parecendo até que o pretende enganar, o que nos remete para o ridículo que conseguimos alcançar quando estamos sozinhos. O relevo de excentricidades e o comportamento incongruente desperta vontade de rir ao telespectador.
Por outro lado, a própria aparência da personagem só por si é cómica. A personagem veste uma camisa de dormir, calça umas meias brancas e usa um barrete na cabeça. Usa óculos e apresenta um bigode engraçado. Esta vestimenta é vista como algo diferente daquilo que usamos nos dias de hoje. Como por exemplo a camisa