Análise diários de motocicleta
O filme Diários de Motocicleta narra a viagem de dois amigos, o então jovem Ernesto “Che” Guevara e seu amigo Alberto Granado, estudantes de medicina e bioquímica, respectivamente. Movidos pelo desejo de explorar a América, atravessam o continente sul-americano numa velha motocicleta. A partir de sua viajem, eles escrevem um livro sobre as suas aventuras, na qual o filme se baseia.O filme é bem construído em cima da história, com boas interpretações dos papéis pelos atores e um ponto de vista que evita a manipulação da opinião de quem assiste o filme.
Depois da moto definitivamente pifar no Chile, eles tem maior contato com os habitantes do país e vêem a terrível realidade que os países latinos enfrentavam. Aos poucos eles começam a se sensibilizarem com a extrema pobreza e desigualdade existente no continente. Um dos principais fatores dessa mudança foi sentido quando chegaram no leprosário de San Pablo. Este leprosário era composto de uma verdadeira segregação entre os doentes, os quais se localizavam na zona sul da colônia, e os médicos e companhia que se encontravam ao norte da colônia, esta que era dividida pelo rio Amazonas, sendo que essa questão da segregação foi uma da que mais tocou Che.
Ao terminar a viagem, Guevara já era outra pessoa. Tornou-se um ícone de luta política por igualdade e justiça. O ponto alto de Diários de Motocicleta é a tentativa de Guevara em atravessar o rio Amazonas a nado, quando estavam na colônia de leprosos. A cena marca a transformação definitiva da visão de mundo dele e serve também para mostrar ao espectador, como argumentou o diretor Salles em entrevistas, que existem sempre duas margens em qualquer rio, cabendo a cada um de nós escolhermos em qual delas preferimos estar. “Che” fez a escolha dele e pagou caro por isso.
A história se passa em 1952, sete anos antes da revolução cubana. Guevara tinha 24 anos. Uma viagem com o objetivo de aventura, no fim acaba definindo o