Análise crítica do texto "um homem de letras" de oliver sacks
Análise crítica do texto "Um Homem de Letras" de Oliver Sacks.
Natália Pires Karan Dezembro de 2012
No capítulo Um Homem de Letras, do livro O Olhar da Mente, o autor e neurologista Oliver Sacks conta que em janeiro de 2002 recebeu uma carta de Howard Engel, escritor canadense conhecido pela série de histórias do detetive Benny Cooperman. Escreveu a Sacks por conta de um derrame que sofreu em julho de 2001, quando de um dia para o outro, deparou-se com a incapacidade de ler, à primeira instância, seu jornal rotineiro. Logo no começo do capítulo, somos tomados por uma inquietação em relação ao caso de Howard, pois sua incapacidade para leitura era acompanhada pela habilidade para escrever. O autor descreve:
O ato de escrever pareceu-lhe absolutamente normal, automático, sem esforço como andar ou falar. A enfermeira leu sem problemas o que ele escrevera, mas ele não conseguiu ler uma só palavra. Aos seus olhos, aquilo era a mesma escrita "servo-croata" indecifrável que vira no jornal.
O que aparenta ser um paradoxo estranho que sustenta essa inquietação, visto que temos a tendência a pensar que o ato de ler e o de escrever estão diretamente relacionados ou são interdependentes, dentro da medicina é denominado como “alexia sem agrafia”, sendo uma forma de “agnosia visual”, termo esse introduzido por Sigmund Freud (SACKS, 2010). Além de estar inapto para ler, Howard possuía um grande ponto cego no quadrante superior direito de seu campo visual, e ele tinha dificuldade para reconhecer cores, rostos e objetos comuns (SACKS, 2010). No texto, seu caso decorre em cima de vários outros descritos por Oliver Sacks, que somados só