antropos e pisique
5657 palavras
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INTRODUÇÃO Ao falar em identidade, imediatamente pensamos na identidade de uma pessoa, nos traços marcan-tes de sua personalidade e em características que lhe seriam essenciais. Assim, identidade seria algo idênti-co à personalidade.
Pensando socialmente, entretanto, consideremos que o conceito de identidade é atravessado por outros, como grupo social e cultura. Para as Ciências Sociais, a iden- tidade dos sujeitos se constitui inicialmente de condições históricas e culturais que lhes são dadas, condições que não escolhem, pois ao nascer se deparam com um grupo familiar e social em pleno funcionamento, com sua língua, regras, hábitos e tradições. Entretanto, a partir de um certo momento de nossa trajetória pessoal de vida, é possível negociar com essas limitações anteriores, pois a cultura é pautada pelo movimento.
Esse movimento de manipulação de coisas previa- mente dadas pelo ambiente social deve-se à nossa capacidade de re-significar experiências, mesmo que repetitivas. Assim, falamos da constituição das identidades como "processos de identificação": as experiências cotidianas nunca cessam de proporcionar situações que nos demandam escolhas e posicionamentos em relação a condutas e valores, tanto os pessoais como os alheios. Nós e os outros, os semelhantes e os diferentes: as noções que construímos socialmente de igualdade e diferença são a moeda do jogo de construção das identidades. A cultura entraria proporcionando referenciais a partir dos quais os atores sociais acessam os elementos do cenário de conduta para desempenhar seus papéis.
Em vez de uma essência, algo acabado e estático, a ênfase da antropologia recai sobre o incessante movimento de diálogo entre os símbolos que fazem parte da cultura dos diferentes sujeitos. Dessa forma, é possível refletir sobre as várias identidades que cada situação social nos permite utilizar, considerando os fatores que interferem nesse processo: a categoria de idade, a participação