Antropologia & relações internacionais
O diálogo interdisciplinar entre a Antropologia e as Relações Internacionais é potencial, especialmente quando observamos as tendências mais recentes do debate teórico em nossa área que buscam repensar as premissas positivistas na construção de teorias. Foi através do desenvolvimento das ciências sociais que a teoria das relações internacionais conheceu o seu verdadeiro desenvolvimento, até então restrito aos campos filosóficos e jurídicos.
A interdisciplinalidade das relações internacionais permite uma junção de várias ciências, dentre elas, a antropologia que, mediante essa confluência de aplicabilidade, torna possível desenhar a subárea da Antropologia das Relações Internacionais. A proposta de uma teoria específica sobre a Antropologia das Relações Internacionais se apóia no fato de que a cultura produz reflexos e exerce influência (positiva ou negativa) nas relações internacionais, negociações e desenvolvimentos internacionais, diplomacia, poder, gestão de conflitos, assuntos estratégicos, fluxos e cooperação internacional. Métodos antropológicos de análise, interpretação das culturas e interpretação de valores culturais podem e devem ser aplicados em programas de pesquisas que explorem essa rica interconexão entre a cultura e os temas das relações internacionais.
Considera-se que a cultura é, de fato, importante para as relações internacionais, e que os fundamentos antropológicos da cultura estão em ampla interconexão com os assuntos internacionais. O tema da dimensão da cultura nas relações internacionais, além da proposta de ser um referencial para a comunidade científica e acadêmica da antropologia e das relações internacionais, dedica-se a servir como ferramentas e estratégias de aproximação cultural que viabilizem uma melhor utilização da cultura no meio internacional. Dessa maneira, a cultura é tida como chave e parceira para as relações internacionais. Abordar a dimensão da cultura nas relações internacionais