Antologia lesbianismo na mitologia grega
UM ROSTO ILUMINADO 3 DA PRESENTE ANTOLOGIA 5 DA SAFO DE LESBOS 6 DA TRADUÇÃO 10 DOS POEMAS 11 SAFO 12 O Amor 14 Mais do que mais 15 A Lua 16 Conselho 18 Para Anactória 19 Para Mnesídice 20 Afrodite 21 Um jardim 23 Reencontro 24 Hímen 25 Como a Doce Maçã 26 A amada 27 Um dia 30 Áttis 31 Para além do mar 32 A Átis 33 A Lua já se Pôs 36 O ciúme 37 As Rosas de Piéria 38 Adeus 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
UM ROSTO ILUMINADO
Jeanne Marie Gagnebin
[...] “Safo foi, desde o início, sinônimo de uma ligação transparente e misteriosa entre a luz do sol, a beleza, a juventude e o amor. Somente muito mais tarde esse brilho assumiu outra fulguração mais inquietante: aquela das femmes damnées de Baudelaire, simultaneamente condenadas e veneradas. Lesbos, a ilha a qual Safo manteve uma escola/comunidade para meninas e moças, lugar de aprendizagem erótica e artística do seu papel de mulheres/esposas futuras, Lesbos se tornou a pátria do vício ou do requinte decadente ou ainda do feminismo nascente, dependendo do olhar do/da intérprete. [...]
[...] Desde Platão, que cita Safo como uma entendida, uma sábia em amor, o que permite sua comparação com ninguém menos que Sócrates, Safo é muito mais que um nome lendário, transmitindo com deleite ou repulsa pela tradição poética, que uma figura historicamente bem documentada, a da primeira mulher escritora lembrada pela literatura ocidental. Um destino, poderíamos observar, profundamente poético e profundamente grego: como se a glória (kléos) do herói ou do poeta se concentrasse, depois de sua morte, muito mais na lembrança de seu nome que na memória, falha, de sua vida singular:
Sum brevis, at nomen, quod terras impleat omnes, est mihi: mensuram nominis ipsa fero.
Pequena eu sou; mas é meu um nome que corre o mundo inteiro; à altura eu estou desse nome.,
Assim Safo, personagem, poeta, emblema, nos versos de Ovídeo (trazduzidos por Joaquim Brasil).
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