Antimicrobino
Um mundo sem antibióticos
"Embora a tropa tenha se retirado do campo de batalha e acampado fora da cidade, o contágio a seguiu, e a derrotou; muitos idosos e outros no início da vida, padeceram diante de suas crueldades; do sexo feminino morreu a maioria; e quase nenhuma criança escapou; e não era incomum ver uma herança passar sucessivamente para três ou quatro herdeiros em poucos dias; o número de sacristães não era suficiente para enterrar os mortos."
Nathanial Hodges; Loimologia: um informe da Peste de Londres de 1665
Ao longo da história, a humanidade tornou-se vítima de pandemias de cólera, peste, gripe, febre tifóide, tuberculose e outros doenças infecciosas, que eram a principal causa de óbito. Doenças aparentemente mais banais como infecção de ouvido, pele e garganta freqüentemente resultavam em surdez, morte ou seqüelas devido septicemia ou outras complicações. Ainda no século XIX a expectativa de vida na Europa e América do Norte era ao redor 50 anos e se marcava pela constante, previsível, perda de familiares, amigos, cônjuges e colegas. O hábito de cumprimentar o outro perguntando por saúde era significante e se fortificou exatamente baseado na ameaça sempre presente de morte súbita devido a peste, acidentes ou outra infecção fortuita. Era um mundo no qual a probabilidade de morrer prematuramente de doenças infecciosas era cerca de 40%, onde as mulheres sucumbiam durante parto por infecções curáveis nos padrões de hoje. Nas nações em desenvolvimento a situação era até pior, onde diferentemente dos países industrializados, suas condições nunca melhoraram realmente. Nestes países mais pobres as doenças infecciosas continuam a ser a principal causa de morte prematura, agravando a miséria contínua dessas populações desprivilegiadas.
A impotência contra as doenças
Para as gerações anteriores, que viveram em nações industrializadas, as enfermidades eram freqüentemente acompanhadas pelo medo de morte súbita, frustrando uma vida que já "era