Antes que o mundo acabe
Ver três bons filmes brasileiros consecutivamente dá uma boa sensação de “agora vai!”. Será que finalmente vamos conseguir fazer cinema de verdade – e com variedade de gêneros? Torço para isso, mas, enquanto isso, falemos do motivo para este texto existir.
Daniel é um adolescente que não conhece o pai e cuja mãe casou com outro sujeito. Ele tem uma namorada e um melhor amigo. A namorada, como toda mulher, é complicada e não sabe o que quer. Por isso, eles acabam se separando, causando uma tensão com Lucas, o seu melhor amigo, que também está a fim da garota. Paralelamente, o pai do moleque, que está na Tailândia, resolve dar sinal de vida e começa a mandar fotos e cartas para o filhote.
Humano é a melhor palavra para definir esse filme. É uma história sobre pessoas, com problemas de pessoas e, principalmente, muito sentimento. De fato, a sinopse pode não parecer grande coisa e o longa parece não chegar a lugar nenhum, mas como já disseram vários filósofos, a viagem é o que importa. E que viagem é essa!
O que torna tudo tão especial é o sentimento. E não tem jeito, filmes sobre pessoas precisam ter sentimento – não é a mesma coisa que fazer helicópteros explodirem ou coisas do tipo. E nas raras vezes em que isso é alcançado, uma jóia rara é formada, talvez ainda mais bela e rica do que se fosse apenas uma coletânea de helicópteros explodindo (aliás, como ainda não pensaram em fazer isso?).
Daniel a príncipio não tem interesse nenhum nas tentativas de contato do pai. Provavelmente pensa que ele é um sujeito sacana que o abandonou ou algo assim. Claro, as coisas são mais complicadas, e é o que torna tudo tão bom.
Isso também vale para o triângulo