ANTERO DE QUENTAL
Nasceu em Ponta Delgada (Açores) em 1842.
Estudou Direito em Coimbra e ganhou prestígio de líder entre os companheiros.
Publicou, em 1865, Odes Modernas e, juntamente com Teófilo Braga, desencadeia a revolução literária chamada “Questão Coimbrã”.
Antero cultivou a poesia e a prosa polêmica e filosófica.
Viveu toda uma vida torturada no afã de conciliar opostas ideias, não raro nascidas em clima febril e a ação que lhes desse razão de existência.
Inicialmente sua obra é mais voltada para o combate ativo, mas depois adquire características metafísicas.
Apresenta também ideias utópicas e visionárias.
Sua obra atesta de modo patente a sofrida luta de um espírito a procurar-se, a dissecar-se e, contemporaneamente, a desintegrar-se pouco a pouco, até o aniquilamento final.
Duas fases marcam a obra de Antero:
1ª fase = corresponde a uma poesia revolucionária e de entusiasmo juvenil. Representada por Odes Modernas (1865), dois livros que são a tese e antítese dum pensamento de combate, de reforma e ação social, envolto de irreverência e iconoclastia revoltada.
A poesia desse período é de confissão sincera do pensamento mais íntimo de uma idade. O poeta conclui que ‘a poesia que quiser corresponder ao sentir mais mundo do seu tempo, hoje, tem forçosamente de ser uma poesia revolucionária’.
Observar-se nesse tipo de poesia um espírito superficialmente convencido das ‘verdades’ que divulga ou aceita.
2ª fase = o poeta inicia uma caminhada de introvertido e torturado, consequência da tentativa de conciliar os contrários de seu espírito, e contemporânea de sua militância no sentido de instalar e realizar o pensamento socialista em Portugal.
Nesta fase, o autor az uma espécie de autobiografia de um pensamento e como que as memórias de uma consciência.
Na primeira fase, Antero buscou afastar Deus de si, agora, procurava-o por via intelectual ou racional. Procurou substituí o mito católico pelo mito científico ou filosófico. Ao indagar o céu em busca de