Antecedentes da crise
O movimento romântico, que irrompeu no século XIX, representa uma reação ao racionalismo iluminista, à crença de que a razão seria capaz de alcançar a verdade e de que a ciência, por meio da tecnologia, nos tornaria “mestres e senhores da natureza”.
Os românticos valorizavam o ser humano integral, daí a importância das artes. A educação estética teria, como objetivo, desenvolver a harmonia das faculdades do sujeito: a sensibilidade, a imaginação e o entendimento. No final do século XIX e início do seguinte, a crise da razão delineou-se mais claramente e repercutiu em todo o século XX, o que levou à necessidade de se repensar a filosofia. Pensadores de influência marcante, como os alemães Arthur Schopenhauer e Friedrich Nietzsche e o dinamarquês Sorem Kierkegaard, são alguns dos que puseram à prova os alicerces da razão. Kierkegaard: razão e fé
Sören Kierkegaard (1813-1885) é um dos precursores do existencialismo contemporâneo.
Severo crítico da filosofia moderna, afirma que desde Descartes até Hegel o ser humano não é visto como ser existente, mas como abstração. A existência é permeada de contradições que a razão é incapaz de solucionar. A consciência das paixões leva o filósofo a meditar sobre a fé religiosa como estágio superior da vida espiritual.
Para ele, a mais alta paixão humana é a fé. É ela que nos permite o “salto no escuro” que é o “salto da fé”. Mas ela é, também, uma paixão plena de paradoxos.
Exemplo: Abraão, personagem do antigo testamento se dispõe a sacrificar o próprio filho para obedecer à ordem divina: não porque a compreendesse, mas porque tinha fé.
O estágio religioso é para Kierkegaard o último de um caminho que o indivíduo pode percorrer na sua existência, sendo superior inclusive à dimensão puramente ética. Nietzsche: o critério da vida Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Para ele, o conhecimento não passa de interpretação, de atribuição de sentidos, sem