Ansiedade em policiais civis
O policial Civil é um forte candidato a experimentar altos níveis de ansiedade aponta os autores, (Nicolau, 1999; Amador, Santorum & Cunha, 2002; Souza & Minayo, 2005; Spode & Merlo, 2006 e Ferreira & cols., 2009). Estudos realizados por esses autores apontam que a profissão de policial, tanto militar quanto civil, constitui-se em uma atividade que envolve riscos de vida pelo fato destes profissionais lidarem em seu cotidiano com a violência, a brutalidade e a morte, definidas por Giddens (2002, conforme citado por Minayo, Souza & Constantino, 2007) como "risco de alta conseqüência", que se comprova pelas taxas de mortalidade e de morbidade por agressões de que são vítimas, dentro e fora das corporações, taxas essas muito mais elevadas que as da população em geral. Outro fator apontado por Minayo e Souza (2003) se refere a opinião pública negativa que também faz parte das relações de trabalho do policial gerando um elevado grau de sofrimento no trabalho pela falta de reconhecimento social. Assim, pensando no ofício policial a partir dessa perspectiva, é possível verificar que esta população está a deriva de vários fatores que podem leva –la a se sentir vulnerável à produção de sofrimentos psíquicos. Dessa forma, este estudo tem por objetivo verificar se policiais civis apresentam um nível de ansiedade aumentado em relação a população normal, assim como verificar se há associação entre sintomas e traço-estado nos policiais.
1. Introdução
O termo ansiedade provém do grego Anshein, que significa oprimir, sufocar. A ansiedade exprime uma experiência subjetiva que está associada a manifestações de sintomas corporais. É uma resposta de alerta do organismo, uma reação emocional desencadeada pela expectativa de um acontecimento ou presença de um perigo eminente, caracterizada por um sentimento vago e desagradável de medo e apreensão cuja função é avisar o organismo sobre o perigo para que este tome medidas para lidar com