Anotacoes Os Parceiros Do Rio Bonito
Antônio Candido em sua obra "Parceiros do Rio Bonito" aborda o fluxo de mudanças na vida dos caipiras em meio ao desenvolvimento do capitalismo, assim como a expansão da economia e tecnologia, que resultaram na invisibilidade da cultura caipira. Portanto buscasse criar formas de resistência para evitar o seu fim.
A obra de Candido não se trata apenas de um estudo de comunidade, uma pesquisa sobre o que é ser caipira no interior do estado de São Paulo. O real peso da obra se encontra na metodologia do autor e na elaboração do livro, que permite ao leitor uma experiência leve de leitura. Resultado de uma pesquisa que teve inicio em 1947 até 1954 realizada nos municípios de Tietê, Porto Feliz, Conchas, Piracicaba, Botucatu, Anhembi, e Bofete. A pesquisa foi apresentada como tese de doutorado em ciências sociais na Faculdade de filosofia, ciencias e letras da USP.
Candido assume um compromisso político com carater de denúncia das condições de vida no campo pressionada pelo processo de modernização. Quando se trata de modernização e avanços, devemos nos perguntar: quem está avançando? As consequências deste processo na cultura caipira foram gigantescas. O trabalho do caipira e consequentemente seu esforço físico aumentou drasticamente, não sobrando opções de escolha.
Ocorre então um processo de hiridização onde o homem da cidade e o homem do campo estão convivendo em meio a industrialização agrícola e reforma agrária. A discrepância cultural reforça que a voz do caipira é silenciada e marginalizada ao longo da história.