anorexia
Como rapariga, era-me negada qualquer forma de independência, de comportamento autónomo. A minha mãe era um exemplo vivo daquilo que me esperava como mulher. Isso assustava-me”
Relato de uma adolescente com anorexia
(Gerlinghoff & Backmund, 1997)
Introdução
Este trabalho foi-nos proposto no âmbito da unidade curricular de Consulta Psicológica II, leccionada pela Dr.ª Sónia Alves.
Com este trabalho, propomo-nos a abordar em primeira instância o que é a Anorexia Nervosa e as estratégias Cognitivo-Comportamentais passíveis de serem aplicadas neste tipo de perturbação.
Posteriormente, passaremos à explicação do modelo “Prevenção da Recaída” de Marlatt & Gordon de 1985 e a explicação da sua aplicabilidade (técnica) associada à Anorexia Nervosa. Por ultimo, iremos apresentar uma reflexão critica sobre todo o trabalho.
Antes de passarmos a uma breve definição do que é a Anorexia Nervosa, optamos por descrever em discurso directo, o relato de uma adolescente com anorexia para que seja mais fácil, perceber a pertinência da técnica “prevenção da recaída” nestas perturbações.
“Vivia no meu mundo de fome, cujas regras eram diferentes das que regem a vida normal. A principal razão para a minha fome era o ódio por mim mesma. Não me permitia o luxo de comer, porque me considerava desprezível. Pensava que não atingia os níveis de desempenho que podia e devia atingir e, portanto, não tinha direito a comer. Odiava-me, passava fome e arranhava a minha própria cara a ponto de ter cicatrizes. Também odiava os meus pais, ao mesmo tempo que me sentia culpada perante eles, por não corresponder ás suas expectativas e não ser a filha que eles desejavam e na qual tinham investido. Segundo a minha filosofia, o meu comportamento era um fim em si mesmo. Na anorexia encontrava coisas que procurava em vão na vida real. A balança era