Anorexia
Passado o "Entrudo", como de costume, durante a Quaresma as ruas encheram-se de gente que fazia cada uma as suas penitências. Segundo a tradição, a Quaresma era a única época em que as mulheres podiam percorrer as igrejas sozinhas e assim gozar de uma rara liberdade que lhes permitia até mesmo encontrarem-se com os seus amantes secretos. Porém, D. Maria Ana não podia gozar dessas liberdades pois, além de ser rainha, agora estava grávida. Assim, tendo ido para a cama cedo, consolou-se em sonhar outra vez com D. Francisco, seu cunhado. Passada a Quaresma, todas as mulheres retornaram para a reclusão das suas casas.
pobres. “No geral do ano há quem morra por muito ter comido durante a vida toda, razão por que se repetem os incidentes apoplécticos, (...) e se o acidentado provisoriamente escapou, fica leso de um lado, de boca à banda, sem voz. ”
› O capítulo inicia com o contraste entre ricos e
“Mas não falta, por isso mesmo falecendo mais facilmente, quem morra por ter comido pouco durante toda a vida” Crítica a estes contrastes: “Mas esta cidade, mais que todas, é uma boca que mastiga de sobejo para um lado e de escasso para outro, não havendo portanto mediano termo”
Os excessos do Entrudo e a penitência da Quaresma; A impostura de alguns penitentes “que têm os seus amores á janela … prometidos gostos do corpo”; A devoção das mulheres que, nesta época podem ir ás igrejas sozinhas e assim aproveitam para encontrar os seus amantes; A sátira a “mais uns tantos maridos cucos”
“a cidade é imunda, alcatifada de excrementos, de lixo, de cães lazarentos e gatos vadios” “ a pocilga que é Lisboa”
Rossio
Este espaço aparece no início da obra como o local onde decorrem o autode-fé e a procissão da Quaresma ou dos penitentes.
Terreiro do Paço Local onde Baltasar trabalha num açougue, após a sua chegada a Lisboa. É onde decorre a procissão do Corpo de Deus. S. Sebastião da Pedreira Trata-se de um espaço relacionado com