Angiostrongylidae

RESENHA

Os Angiostrongylidae são parasitos de marsupiais, insetívoros, roedores e carnívoros, tendo como hospedeiros intermediários vários moluscos gastrópodes. Dentre as 19 espécies do gênero Angiostrongylus, duas se destacam por terem os humanos como hospedeiros: Angiostrongylus cantonensis (causasor da meningite eosinofílica na Ásia e no sul do Pacífico) e A. costaricensis (agente etiológico da angiostrongilíase abdominal nas Américas). O A. costaricensis é encontrado desde o sul dos EUA até o norte da Argentina, sendo sua maior ocorrência na América Central. No Brasil, a doença concentra-se nas regiões Sul e Sudeste. Este verme é dióico, com diversos estágios em seu ciclo de vida, possuindo três estágios larvais (L1, L2 e L3). Seu ciclo é heteroxênico, envolvendo roedores e moluscos como hospedeiros definitivos e intermediários, respectivamente. O parasito tem demonstrado certo grau de inespecificidade quanto aos seus hospedeiros definitivos e intermediários. Com relação aos hospedeiros invertebrados, os moluscos da família Veronicellidae são tidos como os mais importantes. As larvas L1, ao serem eliminadas nas fezes do roedor, podem contaminar seu hospedeiro invertebrado pela via oral e/ou cutânea. Quando ingeridas pelo molusco, elas ultrapassam a parede do trato digestivo e, pela via renal, retal e principalmente por embolização vascular, acessam o tegumento (habitat final do molusco). A eliminação larvar pode ser um processo acidental e mecânico, no momento em que o hospedeiro intermediário se locomove ou é tocado, contribuindo para a manutenção do ciclo do parasito. As demais larvas, retidos nos órgãos invadidos podem dar continuidade ao ciclo do parasito, quando os moluscos são ingeridos pelo hospedeiro vertebrado. No hospedeiro definitivo, o parasito utiliza os três sistemas vasculares: via linfático/arterial (principal) e venosa (secundária). Os roedores e o homem se infectam por via oral, ao ingerirem moluscos parasitados e/ ou alimentos e