ANDRÉ KERTÉSZ: O OLHAR DE UM GÊNIO
1075 palavras
5 páginas
O olhar de um gênioO vidro, como objeto, nos permite enxergar um casal que, ao ser retratado por André Kertész, é capaz de transmitir doçura, paixão, amor. O instantâneo faz parte do livro lançado em 2007 com fotografias feitas com o uso de uma câmera Polaroid SX -70. A obra André Kertész – The Polaroid apresenta, ao todo, 65 imagens registradas por um dos mestres da fotografia do século XX.
Húngaro de nascimento (1894-1985) Kertész fez o seu primeiro registro fotográfico aos 18 anos de idade. The Sleeping Boy carrega características, que se tornariam essenciais na sua arte: composição, sentimento, formas geométricas. Conhecer o conjunto de sua obra nos permite perceber o quanto o seu olhar para as cenas do cotidiano era aguçado. A espontaneidade dos registros se reflete na escolha dos ângulos. Cenas comuns, de um dia a dia de sofrimento, pobreza, mas também de poesia são capturadas de eixos que guiam o nosso olhar para traços, pontos, sombras, movimentos. Os registros mostram o que qualquer pessoa poderia presenciar/vivenciar e que, talvez, por ter sido corriqueiro, não era visualizado/percebido. Kertész apurou o olhar para enxergar um mundo novo e a sua busca reforça a criação de uma linguagem única e visualmente inovadora.
Antes de ter sua obra reconhecida mundialmente, na década de 60, Kertész morou em Budapeste, Paris e Nova York. Foi soldado do exército austro-húngaro, em 1915. Após a guerra trabalhou como corretor na bolsa de valores, mas nunca deixou de se ver como fotógrafo. Foi em Budapeste que ele conheceu Erzsebet Salamon, que, mais tarde, viria a se tornar sua esposa modificando seu nome para Elisabeth Kertész. A mudança para a cidade das luzes, em 1926, permitiu a André Kertész a aproximação necessária com efervescência cultural européia. Em Paris, nem a barreira da língua – ele não falava francês – foi suficiente para impedir a proliferação de sua arte. Sempre em busca de um estilo único que fugia dos padrões da época, Kertész causou