Analizando o sontexto empresarial

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A ESCOLA E A DIVISÃO CAPITALISTA DO TRABALHO

Tudo o que acontece dentro da escola- incluindo a escola primária – só pode ser explicado através do que ocorre fora dos muros escolares,isto é,pela divisão social do trabalho. A divisão capitalista do trabalho caracteriza-se hoje por uma crescente dissociação o trabalho manual e o trabalho intelectual. De um lado, há uma massa de trabalhadores manuais e empregados subalternos (operários;funcionários do comércio de escritórios,pessoal de serviços),condenados a realizar tarefas fragmentadas e rotineiras.De outro, uma minoria de quadros intelectuais, encarregados das tarefas de criação e planejamento. A escola capitalista contribui, por sua vez, para reproduzir e aprofundar essa polarização das qualificações. De fato, a escola alimenta os dois pólos do mercado de trabalho, através de dois fluxos bem distintos. Em uma extremidade, ela forma um pequeno número de quadros intelectuais nas melhores escolas secundárias, desembocando nas universidades. Na outra ponta, a escola orienta a formação de massas trabalhadoras mais ou menos qualificadas e condenadas a vender-se por um salário irrisório aos donos das grandes corporações industriais, das cadeiras de lojas ou dos escritórios. Eis por que a escola não é única, mas dividida em duas redes de ensino: a rede primária/profissionalizante e a secundária/ superior. Essas redes são estanques, heterogêneas, devido ao seu programa de ensino diferenciado, assim como o estrato social de seus alunos. Visíveis com clareza a partir da escola secundária com sua preparação de fato, essas duas redes existem, no entanto, desde a escola primária. É justamente ali, em meio à obscuridade, em meio a uma escola aparentemente única e igual para todos, que a diferenciação se forma e deita raízes. De fato, é a escola primária que assegura, sob o manto da unidade e da democracia, o essencial da polarização social de uma geração escolar. Ora, tudo

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