Analise do discurso

A ANÁLISE DO DISCURSO

A análise do discurso surge no campo da linguística nas décadas de 50-70, impulsionada fundamentalmente, por uma questão de ordem social e outra de origem epistemológica. A corrente mais difundida da análise do discurso surge na França, conhecida como “escola francesa de análise do discurso” propõe-se analisar o movimento histórico marcante das revoluções estudantis de 1968 no país, dando maior compreensão ao discurso que estava sendo difundido a respeito desse movimento social, mas ao mesmo tempo, pretendia solucionar um impasse epistemológico das concepções cartesianas da linguagem, que compreendendo-a como fenômeno interno e imanente, geravam um impasse na dualidade língua/fala. (BRANDÃO, 2003). Relativo a isso, corroborando com Rocha (2005) existia a análise do conteúdo, que seguindo um ideal preconizado pelo Iluminismo ela surge com o intuito de alcançar uma pretensa significação profunda conferida pelo locutor no ato de produção de um texto. Ainda de acordo com o autor, para garantir resultados mais precisos, centra-se, principalmente, na neutralidade do método. Desta forma, além de ter uma preocupação constante em preservar a objetividade, há também a necessidade de afastar qualquer indicio de subjetividade. A análise do conteúdo tem a pretensão de fornecer técnicas precisas e objetivas que sejam suficientes para garantir a descoberta do verdadeiro significado. O rigor metodológico e as estratégias de apagamento do pesquisador são acompanhados de uma não explicitação de uma trajetória teórica, fato que foi alvo de críticas por Pecheux, que diz que “o tratamento das práticas linguageiras só poderia emergir pelo intermédio da construção de um objeto de investigação e uma corrente teórica”. (PECHEUX, citado por ROCHA e DEUSDARA,2005) Era preciso, portanto, produzir um estudo da linguagem que considerasse as subjetividades e atravessamentos, momentos históricos e sociais que são inerentes a ela e portanto, constitutivos da