Analise da obra Memorias Póstumas de Brás Cubas-Tempo
Memorias Póstumas de Brás Cubas é contada em dois tempos, o psicológico e o cronológico.
O cronológico não é linear, ele fala sobre sua infância, sua adolescência, sua viagem a Coimbra, a sua volta ao Brasil e a sua morte, porém fora da ordem. Isso também pode ser chamado de prolepse.
A prolepse é uma técnica menos utilizada que a analepse, ocorrendo mais frequentemente em narrativas na primeira pessoa, do género autobiográfico ou memorialista, como por exemplo, na obra de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. (autor desconhecido)
Memorias Póstumas de Brás Cubas como o próprio titulo já diz, o autor conta suas memorias, ele narra a historia começando da sua morte e após isso começa a falar de sua infância.
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo principio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor [...] (ASSIS,1997, p17)
Ele é um defunto autor, pois é na cova que começa uma nova carreira de escritor.
O psicológico não é linear, ele escreve o livro de maneira que quiser, a morte, por exemplo, é contada antes do nascimento e dos fatos da vida.
[...] Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! A verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia- peneirava- uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e triste que levou um daqueles fiéis da ultima hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de minha cova [...] (ASSIS,1997, p17)
O autor narra suas memorias depois de morto.