Analfabetismo
(9'04'' / 2,04 Mb) - Analfabetismo. Esta realidade infelizmente ainda faz parte da sociedade brasileira. Em pleno século 21, o chamado “país do futuro” ainda apresenta marcas do passado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2005, o Brasil contava com quase 15 milhões de pessoas, de 15 anos ou mais, analfabetas. Isto corresponde a 11% da população.
De acordo com o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leôncio Soares, as raízes do analfabetismo estão no próprio país que nos colonizou há mais de 500 anos. Segundo Soares, Portugal sequer conseguiu solucionar o seu próprio problema e até hoje sofre com o analfabetismo. Quando o Brasil era colônia, os portugueses nunca tiveram entre suas prioridades educar a população que aqui habitava.
Na virada do século 19 para o 20, o Brasil já tinha índices elevadíssimos de analfabetismo. Como resultado desta história, Soares afirma que se criou no país um pensamento de que determinados segmentos da sociedade não precisam ter acesso à leitura e à escrita:
“É muito comum você receber uma senhora de 50, 55 anos que nos dá o depoimento que estava muito feliz de voltar a estudar, porque conviveu ao longo da sua vida com um discurso do pai que dizia que ‘mulher era pra ficar em casa’ e depois ao se casar ela se surpreende, encontrando em um companheiro a continuidade desse pensamento. A gente vê isso presente em segmentos da sociedade, onde uma empregada doméstica não precisa estudar. Um gari não precisa estudar. Um trabalhador, um peão não precisa estudar. E o que está por trás? É uma marca de classe social.”
A primeira política brasileira de combate ao analfabetismo aconteceu em 1947, com a Campanha Nacional de Alfabetização de Adultos, durante o governo do presidente Gaspar Dutra. Segundo o professor Soares, essa ação foi muito importante por ser um marco de elevação de consciência, mas possuía muitos