Amor
Bonito, com uma beleza rara comparada a uma beleza gótica (pele branca, olhos azuis, lábios cor de sangue, cabelos negros) que aos poucos já se perdia em meio as suas roupas, tão cheia de brilho e frases de efeito; tudo perfeitamente alinhado e engomado. De nada adiantava a beleza, charme ou aquelas roupas; seu corpo másculo, resultado de um trabalho duro nas academias passava despercebido em qualquer situação.
Usou diversos artifícios para a conquista de sua amada (seu amor) poemas, dinheiro, carros, conhecimentos, mídia e nada adiantava, um simples olhar para uma de suas pretendentes e a repulsa era que de imediato; certo dia quis apelar para as meretrizes de uma antiga rua de sua cidade e a resposta continuava sendo a mesma, não! Muito tempo depois, já com seus 20 anos havia desistido de sua busca pelo amor e agora buscava a morte. No seu quarto, cujo tempo tomava conta, encontrou a escuridão, mal de quem vive! Jogado junto de sua cama recheada de ácaros, teve o primeiro contato com o ser que mudaria sua vida. Veio andando do canto mais escuro da casa, olhando nos fundos de suas retinas a barata disse: - não é de hoje que acompanho teus passos por este antro de sujeira, é de gosto que tu me alimentas, com aquele pão embolorado, que há meses deixaste sobre a pia?
Quando pensou em responder foi logo interrompido por aquela estranha voz que invadia seus tímpanos com voracidade e estranhamento. – meu humano é com sinceridade que lhe digo, via sua busca por esse nobre sentimento e tive a chance de escutar quando tu falavas teus escritos em voz