amor
_ Rápido! Rápido! Temos que salvá-lo. _ disse o médico. Desesperada. Era assim que Victória se sentia, olhava aquela cena cada vez mais aflita, sabia que tinha recebido ordens de seu pai "salve o bebê, deixe-a morrer; o destino dessa mãe já foi escrito" desobedecer era uma afronta já que Samuel era o mais soberano dos anjos. Sim, Victória era um anjo, sua aparência era divina, olhos verdes em um rosto angelical, trajava um vestido longo azul, o que ressaltava seus cabelos ruivos. Apesar de estar lá, dentro daquela sala de parto, ninguém podia vê-la, afinal humanos não vêem anjos. Os únicos que podiam vê-los eram as criaturas do Submundo, mas era quase impossível de encontrá-los, já que anjos vivem em Ecuolli no Reino dos Céus. Decidiu seguir as ordens e salvou o bebê, mas ficou chocada quando ouviu os batimentos cardíacos se silenciarem. Não entendia por que não podia salvar os dois, pensou "Pessoas dão suas vidas por outras pessoas, por que não salvar pessoas de bom coração?". Ficou presa em seus pensamentos, repetindo para si, esta mesma frase, milhões de vezes. Pensou até se faria isso para o resto da vida. "Nosso trabalho é salvar pessoas, do que adiantaria salvar cem e deixar dez morrerem, não seria o certo. ¤¤¤¤ Maxwell estava lá sentado, em frente à sua casa olhando freneticamente aquela letra V enorme. Além da sua pele muito pálida, seus cabelos negros e seus olhos vermelhos se sobressaiam sobre o blazer e a calça preta. Observando ao seu redor, o que via eram casas em fileiras intermináveis. As casas de Cuszo eram todas em tons escuros e com letras nos telhados que significavam as inicias dos sobrenomes das famílias. Em Cuszo nunca estava claro, o céu se é que pode se dizer, era preto como as trevas; também não tinha portões, grades ou muros, em volta da cidade era um breu, não se via nada. Para sair era preciso se usar Delovans que eram conjurados apenas pelo Consulado,