amor
Tem uma coisa muito errada com você. E tem uma coisa muito errada comigo também. Com esta nossa geração, esta que dizem ser Y, ou X, ou Z, ou eu já perdi a conta. Mas esta que está entre os 20 e os 30 anos, esta que está dominando o mundo, esta dos jovens adultos. A gente quer tudo de mão beijada.
Seja no amor, no trabalho, na fila da padaria. A gente foi criado com tantos “Ai, como você é lindo”, “Princesinha do papai”, “Meu filho é muito inteligente”, que a gente fez a pior coisa que pode ser feita com palavra de pai e mãe – a gente acreditou nela. A gente acreditou que é especial, que merece muita coisa do mundo, que a vida não faz mais do que sua obrigação ao nos recompensar pela dádiva de existir por aqui.
A gente acha que as coisas vão dar certo. E isso nem sempre é uma coisa muito boa, porque a gente não raciocina que as coisas vão dar certo porque nós trabalhamos muito pra isso, porque nos esforçamos, porque demos nosso suor pra chegar lá. A gente simplesmente sabe que tudo vai se desenrolar, vem uma certeza divina de algum lugar da nossa alma (quem sabe, nossa auto-estima inflada e descolada da realidade) de que as coisas vão se ajeitar, porque nós somos fodas demais pra que elas não se ajeitem.
Como resultado disso está aí, o mundo. Esse lugar maluco que está virando ainda mais insano. Jovens de 20 e poucos anos que entram num emprego e saem dois meses depois porque “não estava a sua altura”. Profissionais que mal saíram