Amor
O Dia do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen
Ilustração Diferentes olhares sobre poesia
Alunos do 10.º e 11.º Anos de Artes Visuais
Biblioteca Escolar | Escola Secundária da Sé – Guarda
Publicação Escola Secundária da Sé | Biblioteca Escolar Ilustração Ana Flor, 10.º F; David Soares, 10.º F; Beatriz
Cesaroni, 11.º E; Christophe Lourenço, 11.º E; Diana Gomes, 11.º E
Design Professora Sandra Santos
1.ª Edição maio de 2012
Impressão Biblioteca Escolar
Dionysos
Entre as árvores escuras e caladas
O céu vermelho arde,
E nascido da secreta cor da tarde
Dionysos passa na poeira das estradas.
A abundância dos frutos de Setembro
Habita a sua face e cada membro
Tem essa perfeição vermelha e plena,
Essa glória ardente e serena
Que distinguia os deuses dos mortais
Alexandre da Macedónia
A perfeição, a eternidade, a plenitude
Escorriam da sagrada juventude
De teus membros.
A luz bailava em roda dos teus passos
E a ardente palidez da tua divindade
Ergueu-se da pureza dos espaços.
Estreitamente os teus dedos
Para lá das vagas ânsias, incertezas e segredos
Prendiam os dedos da sorte.
E o destino que em nós é caos e luto,
Era em ti verdade e harmonia
Caminho puro e absoluto.
Quem como eu em silêncio tece
Bailados, jardins e harmonias?
Quem como eu se perde e se dispersa
Nas coisas e nos dias?
Lua
Entre a terra e os astros, flor intensa,
Nascida do silêncio, a lua cheia
Dá vertigens ao mar e azula a areia,
E a terra segue-a em êxtases suspensa.
Rio
Rio, múltipla forma fugidia
De gestos infinitos e perdidos
E no seu próprio ritmo diluídos
Contínua aparição brilhante e fria.
Nos teus límpidos olhos de vidente
As paisagens refletem-se mais fundas
Imóveis entre os gestos da corrente.
E o país em redor verde e silvestre
Alargou-se e abriu-se modulado
No silêncio brilhante que lhe deste.
Sobre um desenho de Miguel Ângelo
Do caos humano, confuso e hostil,
Sobe