amenia
O
V
O
P
ACIMA,
DETALHE DE
ESTATUETA DE
ANCESTRAL
(ZAIRE); AO
LADO, TAMBOR
COM SUPORTE
DE CAVALO DE
MADEIRA
(GUINÉ); E DE
ADEREÇO
FEMININO EM
ANGOLA —
DESENHO DE
DELACHAUX
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KABENGELE MUNANGA
Origem e histórico do quilombo na África
KABENGELE
MUNANGA é professor do
Departamento de
Antropologia da
FFLCH-USP.
NOTA LINGÜÍSTICA
Na ortografia das palavras em línguas bantu, dispensamos a representação da tonalidade, fenômeno característico dessas línguas.
Essa tonalidade é marcada pelos tons baixo (por exemplo /à/), alto
(/á/), montante (/a/), descendente (/â/). Exemplo: kílómbò.
Utilizamos o alfabeto africano para grafar alguns nomes. Por isso as letras como c e w pronunciam-se, respectivamente, tch e u.
Exemplo: cokwe pronuncia-se tcho-cu-e.
Os nomes de povos ou grupos culturais são precedidos de prefixos classificadores: mu, indicando o singular e ba indicando o plural. Exemplos: mukongo (mu-kongo), indivíduo que pertence à etnia kongo; plural bakongo (ba-kongo). Mas, na literatura etnográfica,
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costuma-se dispensar os prefixos classificadores, anotando apenas os radicais dos nomes dos povos. Por exemplo: os lunda; os kongo; os mbundu; os jaga, etc.
Às vezes faz-se confusão entre o nome dos povos e suas respectivas línguas que sempre conservam o mesmo radical com prefixo classificador diferente. Por exemplo: povo bakongo, língua kikongo; povo mbundu, língua kimbundu; povo lunda, língua kalunda; povo ovimbundu, língua umbundu.
NO CAMINHO DAS ORIGENS
DO QUILOMBO
1 Joseph C. Miller, King and
Kinsmen. Early Mbundu
States in Angola, Oxford,
Crarend Press, 1976, pp.
151-75.
2
M. Guthrie, The Classification of the Bantu
Language, London, 1948.
3
J. Greenberg, “The