AMBIÊNCIA NA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE A PASTO
8250 palavras
33 páginas
Referência:Paranhos da Costa, M.J.R. (2000). Ambiência na produção de bovinos de corte a pasto. Anais de Etologia, 18: 26-42. Ambiência na produção de bovinos de corte a pasto
Mateus J.R. Paranhos da Costa
ETCO - Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal, Departamento de Zootecnia, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, 14884-900, Jaboticabal, SP. email: mpcosta@fcav.unesp.br
1. Introdução Em 1957, o estudioso francês André Voisin chamava a atenção para a falta de estudos que enfocassem as relações entre o gado bovino e as pastagens, reportando que os estudos sobre pastagens tratavam, principalmente, das plantas que às compõem, não levando em conta o comportamento das vacas e seus efeitos diretos e indiretos sobre as plantas forrageiras (Voisin, 1974). Na verdade, naquela época já havia algum esforço no estudo do comportamento de bovinos no pasto, com ênfase para as atividades de ingestão e ruminação destacando-se os trabalhos pioneiros de Füller (1928), Jonhnstone-Wallace e Kennedy (1944), Tribe (1950) e Hancock (1953), dentre outros. Esses estudos ganharam força, e vários trabalhos têm sido publicados sobre o comportamento dos bovinos em suas interações com as plantas que consomem, trazendo à luz conhecimentos importantes para o manejo das pastagens e destes seus habitantes. Revisões sobre o tema podem ser encontradas em Furlan, (1973), Hafez e Bouissou (1975), Arnold e Dudzinski (1978), Miranda (1983), Paranhos da Costa (1985) e Albright e Arave (1997).
Entretanto, há outros aspectos relacionados a vida dos bovinos nas pastagens que são pouco considerados ou ainda esquecidos. Condições e atividades que, além da disponibilidade e ingestão de alimentos, fazem parte da rotina de vacas, touros, bezerros e outras categorias de animais das subespécies Bos taurus taurus e Bos taurus indicus presentes na criação. Por exemplo, no dia-a-dia da fazenda os bovinos invariavelmente enfrentam situações que causam