Ambiente economico global
O papel da liberalização do comércio na mundialização é importante, mas não é aquele celebrado pêlos economistas neoclássicos. O comércio liberado teve um papel integrador, à escala de certas partes do sistema internacional, e precisamente nos pólos da Tríade. Mas quando se examina a economia mundial como um todo, constata-se, ao contrário, que a liberalização levou a uma notável acentuação de sua polarização, bem como à crescente marginalização de muitos países. Por outro lado, onde o comércio liberado aparentemente teve efeito integrador, os verdadeiros agentes do processo são sobretudo as multinacionais, às quais a liberalização permitiu organizar como desejavam o trabalho de suas filiais e suas relações de terceirização. Na época das fronteiras nacionais parcialmente protegidas e dos mercados domésticos regulamentados (que é também a época do apogeu da regulação fordista), o capital já gozava de mobilidade, mas ainda estava, em certa medida, enquadrado, delimitado. A liberalização, com a desregulamentação que a protege e acentua seus efeitos, devolveram ao capital uma liberdade de escolha quase total, no momento em que as novas tecnologias ampliam as opções como em nenhuma época anterior da história do capitalismo.
6) Qual o papel das multinacionais no intercâmbio comercial mundial? Mínimo de 10 linhas
Há muitas formas de atuação das multinacionais no sistema de intercâmbio. São elas:
* O IED cria ou destrói o intercâmbio? É inegável a dimensão do IED, substituindo-se às exportações. O UNCTNC estimava que, no caso dos principais países de origem das multinacionais, a razão entre as vendas a partir das filiais e as exportações chegou a ser da ordem de 6 para 4 [de cada 10 comercializado, 6 são provenientes de IED e 4 são provenientes da matriz no exterior]. Desde então, a liberalização comercial deu um impulso às exportações, mas com uma inflexão