Amazônica, o pulmão do mundo:sim ou não .
Para os ecólogos, um ecossistema no estágio de clímax, como a Floresta Amazônica, é estável no que se refere à produção e ao consumo de alimento. Em outras palavras, tudo o que o ecossistema produz é consumido por ele mesmo. A fotossíntese global e a respiração total do ecossistema estão em equilíbrio; o gás carbônico produzido na respiração é consumido na fotossíntese, enquanto que o oxigênio que a fotossíntese libera é consumido pela respiração de todos os organismos da Floresta. Essa idéia, obviamente, contradiz a noção antiga de que a Floresta Amazônica seria o "pulmão do mundo", no sentido de ser um importante fornecedor de oxigênio para a atmosfera de nosso planeta.
A idéia hoje aceita de que a Floresta não é o pulmão do mundo sofreu alguma contestação ultimamente. Foi realizado um interessante trabalho por um grupo de 11 pesquisadores, entre os quais três brasileiros, Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Antônio C. Miranda e Heloísa S. Miranda, da Universidade de Brasília. Acredita, esse grupo, que o aumento da taxa de gás carbônico atmosférico que vem se verificando nos últimos anos poderia estar, na realidade, incrementando a taxa de fotossíntese na Floresta Amazônica, o que resultaria em aumento da biomassa. Os pesquisadores trabalharam numa região de floresta tropical virgem, situada na Reserva Biológica do Jaru, em Rondônia. Fizeram medidas precisas do fluxo de gás carbônico, de vapor de água e de calor, tanto num período seco (em setembro de 1992) como num período chuvoso (de abril a junho de 1993). Essas medidas foram feitas em uma torre, 15 metros acima das copas das árvores, abrangendo a medição uma área aproximada de 1 km2.
Os resultados obtidos mostraram claramente que o ecossistema, no período estudado, absorveu mais gás carbônico (portanto, fez mais fotossíntese) do que produziu (por respiração e decomposição). Dos 44 dias de medição durante a