Amar verbo instransitivo
4689 palavras
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AMAR, VERBO INTRANSITIVOENREDO:
Souza Costa (Felisberto...), homem burguês, bem posto na vida, contrata uma governanta alemã, de 35 anos, para a educação do filho (Carlos), principalmente para a sua educação sexual. NÃO ME AGRADARIA SER TOMADA POR AVENTUREIRA, SOU SÉRIA, E TENHO 35 ANOS, SENHOR. CERTAMENTE NÃO IREI SE SUA ESPOSA NÃO SOUBER O QUE VOU FAZER LÁ. Elza é o nome da moça. Mas vai ficar conhecida e será chamada sempre pela palavra alemã Fräulein (= senhorita). Chegou à mansão de Souza Costa, numa terça-feira. (Ganharia algum dinheiro... Voltaria para a Alemanha... Se casaria com um moço “comprido, magro”, muito alvo, quase transparente”...) A família era formada pelo pai, por D. Laura, o rapazinho Carlos e as meninas: Maria Luísa, com 12 anos; Laurita com 7 e Aldinha com 5. Havia também na casa um criado japonês: Tanaka. A criançada toda começou logo aprendendo alemão e chamando a governanta de Fräulein. Carlos não está muito para o estudo. Fräulein logo se ajeitou na família, uma família “imóvel mas feliz”. Mas o papel principal da governanta é ensinar o “amor”. É coisa que se ensine o amor? Creio que não. Ela crê que sim. E o rapazinho aprendeu logo as lições. “O caso evolucionava com rapidez”. “Agora? Vive na saia da Fräulein”. D. Laura percebe as intimidades do filho com a governanta. Souza Costa não lhe dissera nada sobre os trabalhos dela com relação ao filho. Fräulein vai embora? Fica? O marido convence a mulher da necessidade de preservar o filho das explorações e das doenças das mulheres da vida. Precisava ser educado sexualmente e eugenicamente. O tempo ia passando. “Carlos estava homem.” A governanta agora é a sua eficiente professora de sexo: teoria e, principalmente, prática. “Professora de amor... porém não nascera pra isso, sabia. As circunstâncias é que tinham feito dela a professora de amor, se adaptara...”. A narrativa se prolonga com uma ocasional viagem ao Rio: Maria Luísa esteve doente e o médico lhe recomendou um outro clima. No