Amanhecer Agostinho Neto
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
1. AMANHECER 3
2. DOCENTEMENTE 4
3. PAREDES VELHAS 5
4. BOOGIE – WOOGIE 6
5. BAILARICO 7
6. HOMENAGEM A JOQUIM FORTE DE FARIA 9
7. SOBRE O SANGUE AINDA QUENTE DO MEU IRMÃO 10
8. ANEXO 11
CONCLUSÃO 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 15
INTRODUÇÃO
Agostinho Neto é uma figura que dispensaapresentações; no entanto, curiosamente, não estou certa de que ao nomeá-lo estejamos todos a pensar no mesmo homem, tal é a diversidade de discursos, opiniões e artigos que divergem na visão sobre ele.
Para aqueles que agora iniciam o seu percurso no estudo e investigação em literaturas africanas de língua portuguesa, foi deixado um legado de reconstrução da imagem deste poeta. As opiniões publicadas, até hoje, dizem respeito a um defender, por uns, e a um denegrir, por outros, a vida de Agostinho Neto, através de dados, muitas vezes, incertos, ambíguos e parciais.
Além deste panorama que nos dificulta o conhecimento da verdadeira biografia e carácter daquele que foi o primeiro presidente de Angola, acrescentamos, ainda, a dificuldade de acesso à obra literária do mesmo. Espanha e Angola usufruíram recentemente de uma edição dos três livros do poeta - Sagrada Esperança, Renúncia Impossível e Amanhecer - compilados num único volume, que, por isso mesmo, mereceu a classificação de trilogia poética (2009/2010). Em Portugal, a última edição do livro Sagrada Esperança, pela Sá da Costa, data de 1987. Quase duas décadas e meia depois, interrogamo-nos acerca do motivo que leva a tal desmerecimento de um nome tão importante da poesia de língua portuguesa que permanece, ainda hoje, uma das figuras históricas mais valoradas pelo povo angolano.
A razão é obscura: os motivos e as consequências da tentativa de golpe de Estado ocorrido a 27 de Maio de 1977, cujo objectivo era remover Agostinho Neto do poder, permanecem por aclarar. A memória deste episódio terrível da História angolana continua a