Alálise do Soneto Buscando a Cristo
711 palavras
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Buscando a Cristo A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
O primeiro quarteto fala sobre os braços de Jesus Cristo. O eu-lírico relata que os braços estão abertos para nós, e nos dá umas ideia de conforto, alívio, de carinho de afeto para nos receber. Nos mostra a compaixão de Cristo a relatar que seus braços estão presos. Castigado pregado numa cruz para nos livrar de um castigo que seria nosso.
A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados.
O segundo quarteto fala sobre os olhos de Jesus Cristo. Nos faz pensar em sua beleza, ou na falta dela. Aliás, a Bíblia cita em Isaías 53:02: "[...] não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para Ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos." O eu-lírico relata o choro de Cristo e a suas lágrimas lhes cobrindo os olhos. Lágrimas que faziam Seus olhos clamaram olhos que oravam a Deus, não por Ele próprio, mas sim por nós. Olhos que nos perdoaram e não condenaram. Olhos compassivos e misericordiosos.
A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, para chamar-me
O primeiro terceto fala dos pés de Jesus Cristo. Pés pregados na cruz, dor imensurável, castigo exclusivo de Cristo, por não nos abandonar. O eu-lírico, aqui, fala ainda sobre o sangue de Cristo. Esse sangue, que é símbolo de santidade, que nos lembra restauração, santificação, unção. O sangue de Cristo foi vertido, ou seja, retirado totalmente, expelido, derramado, de Seu corpo por nós. O primeiro terceto fala ainda sobre a Sua cabeça. Logo refletimos sobre seus pensamentos, sua remição. Ele abaixou de fato a cabeça ao nos chamar.
A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme. O