alzheimer262
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DOENÇA DE ALZ
O que a ciência sabia até recentemente sobre a origem e o desenvolvimento da doença de Alzheimer, que causa a perda da memória e de capacidades cognitivas, começa a ser alterado.
Novos estudos revelam que interferências na sinalização da insulina nos neurônios são o fator iniciador desse mal, que atinge em especial os idosos.
Essa descoberta está levando alguns pesquisadores a chamar essa doença neurodegenerativa de ‘diabetes tipo 3’.
A doença de Alzheimer, caracterizada pela degeneração progressiva de células cerebrais, é associada, na grande maioria dos casos, ao envelhecimento: sua incidência é de um em cada 10 indivíduos aos 65 anos e aumenta para um em cada dois indivíduos aos 85 anos. Nos estágios iniciais, os portadores dessa doença apresentam profunda incapacidade de formar novas memórias.
Com a progressão da doença, acabam também perden-
FoTo ZePHYR/SCienCe PHoTo LiBRaRY/SPL DC/LaTinSToCK
Uma nova forma de diabetes?
do a capacidade de recuperar memórias antigas. O avanço da doença é devastador: além da memória, são afetados o raciocínio, a orientação, a comunicação e outras habilidades cognitivas.
Estima-se que a doença de Alzheimer afete, atualmente, cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, onde as estatísticas sobre sua incidência são mais abrangentes, há 5 milhões de pacientes. Levando em conta as despesas com o tratamento dessas pessoas e outras perdas econômicas associadas, o custo total da doença, para a economia
Fernanda G. De Felice e Sergio T. Ferreira
Instituto de Bioquímica Médica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro felice@bioqmed.ufrj.br, ferreira@bioqmed.ufrj.br
norte-americana, é estimado em US$ 100 bilhões por ano. No Brasil, os dados sobre sua incidência são menos precisos, mas alguns estudos epidemiológicos permitem estimar que há entre 800 mil e 1,5 milhão de indivíduos afetados. Além disso, considerando que a população brasileira está em processo