alvarr
São descendentes dos tropeiros, de refugiados “farroupilhas” de 1835-1945, de
“federalistas” de 1892-1894; são enfim, os mateiros, “gente do mato”, mais ligados à lavoura ou à criação de suínos. Pouca pecuária. Pinheirais fechados engordavam com pinhão silvestre os porcos no inverno. No verão outros frutos alimentavam as
“criadeiras”. Cultivavam a moranga e a abóbora. Alimentavam-se à base de milho. Dos monjolos tiravam a farinha, a quirera e o cuscuz. Poucas ervateiras. Ranchos de pinho em paus roliços e ranchões. Cozinha de fogo no chão sem trempes de ferro (THOMÉ,
1992).
Esses homens não tiveram professores, e muito menos escolas; não tinham médicos e utilizavam a medicina caseira; a religião era tradicional (principalmente pautada no catolicismo rústico do interior do Brasil) e avoenga, pois os padres não apareciam, ou muito raramente o faziam naqueles sertões.
A Igreja Católica e a Luterana, tão rápidas em garantirem presença nas colônias do imigrante, parecem não mostrar o mesmo ardor evangélico em pastorear o
Planalto Serrano e o Planalto Norte de Santa Catarina e sul do Paraná. Só pelo ano de
1892, frades franciscanos, vindos da Alemanha, se estabelecem nos campos de Lages e nas terras de Canoinhas (SACHET, 1997, p. 521).
A ausência de uma direção espiritual, segundo as normas de uma igreja institucionalizada, alimenta o surgimento de práticas religiosas adequadas à cultura e à situação de miséria em que vivem os posseiros, agregados, peões, ervateiros de todo o
Planalto. Por volta de 1890, o Planalto Serrano é percorrido por um andarilho que garante chamar-se João Maria e diz estar cumprindo uma