Algumas Características da Filosofia moderna
Os objetos da filosofia são três: o homem, o mundo e Deus (como sujeito, natureza e Absoluto). Disso são resultados das diversas escolas e correntes do pensamento moderno:
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Mundo → Eu → Deus: filosofia clássica (Tomás de Aquino).
Eu → Deus → Mundo: filosofia racionalista e empirista.
Deus → Eu → Mundo: Spinoza e o idealismo de Fiche, Shelling e Hegel.
A nova visão do homem
1.
Em relação ao homem, ressalta com clareza o caráter preponderante que lhe é concedido na filosofia moderna. Neste sentido, se pode falar de uma mudança do teocentrismo medieval ao antropocentrismo moderno.
2.
O homem é concebido no plano gnosiológico como fundamento das coisas, acima até mesmo de Deus, a quem espera apenas a missão de garantir a veracidade do conhecimento. Se o fundamento antigamente era o hypokeimenon, quer dizer, o subiectum ou substantia, agora nos tempos modernos a função do fundamento não diz respeito mais à substância no sentido real, mas ao pensamento. Disso procede a mudança de sentido daquilo que antigamente era dito subjetivo, ou seja, o real no sentido de substância ou coisa, em objetivo no sentido moderno qual sinônimo de verdadeiro ou realmente acontecido, e do obiectum antigo (o simplesmente ideal) em subiectum moderno (o eu como fundamento de toda realidade).
Antigamente:
Modernamente:
Subjetivo (real)
Objetivo (meramente pensado)
Subjetivo (meramente pensado)
Objetivo (real)
3.
Do primado do sujeito, novo fundamento da realidade das coisas e fonte exclusiva de qualquer certeza, procede a confiança na razão e o seu consequente epílogo: o racionalismo.
4.
Doutro lado, a razão adota na modernidade uma característica dinâmica reflexiva, que a lança não mais a conhecer as coisas, mas a conhecer a si mesma. Tal razão moderna termina assim na consequente autoafirmação do sujeito.
5.
Mas no interior de uma razão cuja dinâmica própria é aquela reflexiva, a lógica