algas
Podemos sentir diretamente os efeitos das mudanças climáticas. Enchentes, furacões, tsunamis tendem a ficar cada vez mais frequentes, em parte em função do aquecimento global.
Mas os efeitos que nos atingem de maneira indireta não são menos desastrosos. Quando seres como algas são afetados, isso interfere em todos os organismos que dependem delas, que são a base da cadeia alimentar.
Entender exatamente como se dá o prejuízo para as algas, e que causa desequilíbrio em todo o ecossistema, é o que tem pesquisado a professora Fanly Fungyi Chow Ho. No Instituto de Biociências (IB) da USP, uma linha que trata da fisiologia das algas marinhas macroscópicas verifica como elas respondem biologicamente a diferentes condições ambientais.
Por sua experiência na área, a professora representou a USP em setembro no nono Workshop Internacional do Group of Aquatic Primary Productivity (GAP), em Málaga, na Espanha, onde cerca de 100 pesquisadores e alunos de graduação e pós dos cinco continentes se reuniram para estudar o impacto das mudanças climáticas na produção primária marinha. O workshop foi organizado pela Universidad de Málaga e o Instituto Español de Oceanografía, com a participação de membros da Sociedade Internacional de Limnologia.
“Já trabalho na área de fisiologia de estresse há 12 anos, mas agora que está se falando muito sobre mudanças climáticas, que são condições de estresse, as pessoas estão acordando com essa visão de que o ambiente e a biodiversidade são importantes”, afirma Fungyi.
Mudanças nos oceanos
Baseados nas previsões científicas de que ocorrerá um aumento da temperatura dos oceanos de até 4 graus Celsius e uma redução do pH em até 0,6 unidades, entre outras, os participantes do workshop estudaram experimentalmente a resposta das algas quando expostas a aumento da temperatura, alterações de acidificação, variações de radiação UV e modificações na disponibilidade de nutrientes.
No evento, os