Alcoolismo na adolescencia
Uma Questão de Saúde Pública e de Responsabilidade Social
No Brasil, as evidências estão perdendo seu peso como argumento e fator de bom senso. Nos últimos anos a retórica com base em pontos de vistas pessoais ou coletivos para convencer a opinião pública, mesmo que ferindo a lógica da razão e do raciocínio, engendrada para defender interesses particulares, vem se estabelecendo entre nós de forma preocupante, conforme podemos constatar com incômoda freqüência. Basta repararmos nos recentes escândalos mostrados pelos casos de corrupção, amplamente divulgados pela imprensa, envolvendo parlamentares das Câmaras dos Deputados e do
Senado, do próprio Governo e das Empresas estatais, além dos casos relatados nos inúmeros
Municípios. Parece que a força da retórica, associada às doses de cinismos e de dissimulação, é mais convincente do que a evidência dos fatos conhecidos (imaginem os desconhecidos!). Até mesmo diante das chamadas “provas técnicas” ou “laudos periciais” feitas por técnicas especializadas, não têm sido suficiente para fazer valer, em geral, a relevância desses fatos. Neste contexto de confronto das evidencias dos acontecimentos e das versões maniqueístas, podemos colocar a questão do nexo de causalidade entre a maciça propaganda das bebidas alcoólicas (diga-se cerveja), o aumento do consumo, com os eventuais abusos e dependência, e as conseqüências e os prejuízos decorrentes.
É preciso parar para refletir um pouco e discutir, com bases nas evidências, pesquisas e dados epidemiológicos e de diversas fontes, a questão das elevadas (e crescentes) taxas de mortalidade e de morbidade relacionadas aos acidentes de trânsito registradas neste país. Lógico que existe aspectos conflitantes de interesses da industria e do comércio das bebidas alcoólicas e os da saúde e segurança das pessoas, além dos econômicos pelo lado da arrecadação e dos empregos gerados e, por outro lado,