Agua e fogo
O filme segue o contexto dos primórdios da humanidade, mais precisamente numa época em que, segundo estudiosos, não existia o conceito de propriedade privada. Os homens eram nômades ou seminômades e viviam da caça, da pesca e da coleta. O grupo como um todo era o que formava a ideia de sociedade, a família e sua caracterização, da forma como se conhece atualmente, com seus valores e “sacralidade”, não tinha tanto significado para estes grupos de hominídeos.
A obra dirigida por Jean Jacques Annaud retrata conflitos culturais de vários grupos de hominídeos na “pré-história”, como também a disputa pelo domínio do fogo. O fogo descoberto no período paleolítico era utilizado pelas tribos para protegê-las contra os inimigos, para mantê-las aquecidas durante o período do frio, para cozinhar alimentos e, principalmente simbolizavao poder.
No longa-metragem, o enredo mostra a luta de um grupo de hominídeos contra outro menos desenvolvido na escala evolutiva pela posse do fogo, o qual o primeiro grupo matinha sempre aceso.Se o fogo se extinguisse, ambos teriam de procurar outra fonte em algum outro lugar, e nisso é que gira a trama, na busca pelo fogo.
Esses grupos de hominídeos eram na sua maioria nômades, portanto não haviam desenvolvido o sentimento de identidade relacionado à terra. No entanto, o filme mostra que alguns grupos eram mais avançados que outros, como por exemplo, o Ivaka, que era sedentário e já estava mais próximo de desenvolver este sentimento.
Inicialmente, aparece no filme o grupo dos Ulam, composta de hominídeos mais primitivos que se alimentavam de insetos, ovos, folhas, animais, vestiam-se de peles de animais, moravam em cavernas e usavam a madeira, o osso e a pedra lascada para defesa e tinham a linguagem corporal e de grunidos. Esse grupo é atacado pela tribo dos Wagabou (pouco evoluída e quase não se diferencia dos macacos devido aos seus corpos serem cobertos de pelos), que procura a obtenção do território e do fogo do