Agaben - o processo da alienação de massa

A biopolítica faz com que o homem seja controlado sem saber, às vezes, até por interesse próprio, dando uma falsa impressão de liberdade, quando na verdade estamos sendo observados de perto. Quando vivenciamos esse tipo de sociedade (na qual estamos) somos regulados todo o momento e não conseguimos nos emancipar diante dessa situação. Ela ainda se apoia no processo de “culturalização” do consumismo humano, fenômeno cada vez mais presente em nossa sociedade transformando-nos em superficiais e não interessados na situação alheia.

Segundo Focault, nos governos soberanos a regra era a seguinte: fazer morrer e deixar viver. Ou seja, se o poder do soberano fosse, de certa forma, ameaçado, a morte era o caminho para quem tentou tirá-lo do status de potentado. Assim, o poder no regime de soberania, consistia em um mecanismo de supressão da própria vida. Já no regime posterior, os papéis foram invertidos, o poder, ou melhor, o biopoder, passa a usar de mecanismos de vigilância para garantir a própria vida. Logo: se faz viver e deixa morrer. Com isso a morte deixa de ter um caráter espetacular.
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Lost: Razão cultural humana em conflito com a necessidade de sobrevivência animal

Giorgio Agamben, que tem muito de sua obra inspirada nas teses de Focault, vai além. Afirma que no biopoder contemporâneo não se faz viver, nem morrer. A modernidade está, justamente, nesse meio termo. Ou melhor, a vida está nesse meio termo, entre o que é humano e não humano, onde o Homem tem como principal objetivo sobreviver. É essa condição de sobrevida humana que ele vai denominar de vida nua, a falta da vida política. Essa situação não é exclusividade dos regimes totalitários, está muito presente, também, na sociedade de consumo.

Não é a toa que Lost se tornou uma das séries mais aclamadas e assistidas atualmente. Grosso modo, ela é uma ilustração do que se tornou a vida humana: uma questão de sobrevivência. O espectador se delicia com as aventuras dos jovens perdidos