Administração
A escassez de bons engenheiros não atrapalha apenas o aumento da produção — é um fator do baixo desempenho brasileiro em inovação
Patricia Ikeda, de -Germano Lüders/EXAME.
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São Paulo - O Brasil não é conhecido pela habilidade de criar novos produtos, por isso mesmo chama a atenção o fato de o país ter ganhado projeção recente por causa de alguns inventos. Uma das criações foi o Pig Palito, mecanismo que percorre os dutos de transporte de petróleo e gás para detectar avarias e evitar vazamentos.
Os instrumentos do gênero são usados no setor desde 1970, mas o brasileiro é o primeiro que opera sob a pressão de águas profundas. Foi premiado pela Sociedade Americana de Engenharia Mecânica e, desde 2005, quando chegou ao mercado, é utilizado por petroleiras em países como Estados Unidos, Canadá e Malásia.
Outro invento de destaque é o plástico verde da Braskem. Por ser produzido do etanol da cana-de-açúcar e ser reciclável, conquistou o primeiro lugar no European Bioplastics Award de 2007, da Associação Europeia de Bioplástico, entidade que reúne fabricantes e consumidores de plástico, como DuPont e Kraft.
Sucesso de vendas internacionais, está em produtos tão distintos quanto as embalagens de perfume da Carolina Herrera e as cadeiras do Amsterdam Arena, na Holanda. Apesar de bem diferentes, há um elemento que une os dois produtos: ambos foram concebidos por engenheiros.
O Pig Palito é uma criação do centro de pesquisa da Petrobras, no Rio de Janeiro, coordenada pelo engenheiro mecânico Claudio Camerini. A ideia do plástico verde foi do engenheiro químico Antonio Morschbacker, que, ao confirmar a viabilidade do produto, o sugeriu à diretoria da Braskem.
Mas Petrobras e Braskem, Pig Palito e plástico verde, bem como Camerini e Morschbacker, são exceções — uma pequena demonstração do que o Brasil seria