Administração
A intervenção do Banco Central (BC) no Banco Santos reacendeu a discussão em torno da importância da avaliação de risco nas aplicações. Muitos esquecem o princípio de que qualquer investimento envolve algum tipo de risco e se deixam levar por promessas de rentabilidade extraordinária. Alternativas classificadas como "seguras" - até mesmo a insuspeita caderneta de poupança - podem esconder a possibilidade nada pequena de perdas, especialmente para os investidores que possuem mais de R$ 20 mil para aplicar, e que estão além do limite do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) por CPF. Em geral, o risco é proporcional ao retorno, portanto, é preciso desconfiar quando a esmola é demais.
Há três principais riscos que o investidor pode correr. O primeiro é o de crédito, que representa a possibilidade de o emissor do papel - um CDB ou uma debênture, por exemplo - deixar de pagar ou quebrar. Esse risco é o mais grave, pois pode significar a perda total do valor aplicado. Ele vai variar de acordo com o perfil do devedor - uma grande companhia, conhecida, teoricamente representa um risco menor que uma pequena. Mas basta lembrar da lista de bancos que quebraram - entre eles Nacional e Bamerindus - para ver que uma boa marca não é tudo. Nesses casos, o fato de envolver um número enorme de correntistas e colocar em risco o sistema financeiro justificou o socorro do BC por meio do Proer, que acabou "salvando" os aplicadores com a transferência para outros bancos.
O menor risco de crédito seria o do governo federal, apesar de as experiências como a do Plano Collor justificarem algum receio. E, mesmo sem um fato concreto, os papéis podem ser afetados. Em 2002, os títulos do governo perderam valor a partir do receio dos investidores com a possibilidade de vitória da esquerda e uma renegociação forçada da dívida.
Outro risco é o de mercado, ou seja, da flutuação dos preços dos ativos ou das taxas de juros. Ele varia de acordo com cada ativo, sendo maior